Blog do Fernando Campos: bastidores

Como nasce um quadro? ( "One More Kiss")

"O Pensador"(1880)

Auguste Rodin (1840-1917)

"Danaíde"(1885)

Auguste Rodin

Gustav Klimt(1862-1918)

Desenho

"O Beijo"(1907-1908)

Gustav Klimt

"One More Kiss"

Fernando Campos Maia

Acrílica sobre tela

65 x 100 cm

2004

Coleção Particular

Como nasce um quadro? ("O Semeador")

"O Semeador" de Vincent Van Gogh(1888)

"Maças e Laranjas" de Paul Cézanne(1895-1900)

"O Bar do Folies-Bergère" de Édouard Manet(1882)

"A Mesa de Jantar Vermelha" de Henri Matisse(1908)

"O Semeador" de Fernando Campos Maia
Acrílica sobre tela - 65 x 100 cm - 2003
Coleção Particular

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Uma tela de pintura não nasce apenas de uma idéia, mas também de uma sucessão de intenções. No caso da tela "Moulin Vert", eu pretendia, desde o início, que ela tivesse o predomínio da cor verde, em oposição a outro trabalho que já havia realizado - "Love for Sale" - pertencente à mesma série "La Vie en Rouge". Como usaria a mesma linguagem, com elementos semelhantes, era importante que o trabalho demonstrasse unidade, mas também que evidenciasse sua distinção. As cenas que já se formavam em minha mente me traziam em especial a performance que a amiga e atriz Cristina Pinheiro - Cinema de Poesia - havia feito na inauguração do meu atelier, no verão de 2010. Como ela já sabia do teor da série que estava compondo, trouxe consigo “matéria prima” fundamental para a continuidade dos trabalhos. O tema era a vida nos palcos e a fonte principal era a obra de Toulouse Lautrec. Como já havia desenvolvido em outros quadros, eu trouxe para as luzes desse pintor personagens femininas de um contemporâneo seu, Gustav Klimt, que apesar de nunca ter pintado cenas de cabaré, como seu colega, sempre apresentou, com maestria, muita sensualidade em suas mulheres. Por outro lado o filme Moulin Rouge - dirigido por Baz Luhrmann - há anos perseguia minhas idéias, com suas imagens impressionantes. Ele conseguiu colocar em movimento as cenas dos quadros de Lautrec, como provavelmente só mesmo o pintor faria. Era mais ou menos isso que eu procurava: aquela profusão de cores Lautrequianas, filtradas por um olhar atual. Trechos de alguns quadros, momentos flagrados da performance de uma atriz, somados às cenas de um filme, foram se unindo, aos poucos, diante de mim, na tela. Agora estão todos lá, meus convidados, encenando o eterno espetáculo da pintura.

Fernando Campos Maia